Dias desses alguém me contou que aqui em São Paulo não dá pra ver as estrelas no céu.
E não é por conta da poluição no ar, mas por ter muita luz.
O chamado 'poluição luminosa' é quando tem tanta luz, que elas refletem nas nuvens e por isso que não conseguimos ver as estrelas no céu.
Parece óbvio? Sim. Mas eu não tinha me ligado disso.
A primeira vez que pisei em São Paulo foi em 2005 e, desde então, não lembro de ter percebido essa falta estelar.
Se antes eu não percebi por falta de atenção, agora é que eu não iria perceber mesmo.
Minha mudança de cidade-vida era aguardada desde 2020. São, pelo menos, 3 anos de muita vontade que estavam entalados aqui dentro.
Eu tô, de fato, olhando muito mais pro meu horizonte, do que pro céu.
Me maravilha os encontros, os sabores, as cores, as frequências, os sons, as coincidências, as surpresas, os esperados. O tudo e o nada também.
Gosto de me sentir aqui. Gosto de ser quem eu sou aqui.
Gosto de me descobrir num novo molde que só faz sentido aqui.
Então esses olhos, quem um dia carregaram 5 graus de miopia, estão olhando mais pra frente mesmo.
Quando olho pro alto, geralmente é de dia, pra ver se vai chover ou para admirar um desenho colorido feito por algum artista nos prédios entre as ruas.
As vezes tem umas frases também. E nem todas dá para entender.
Mas voltando as estrelas no céu, tem uma praia no interior do Ceará que dá pra ver tudinhas. E eu seria muito egoísta de querer vê-las aqui, sem estar lá.
Então enquanto eu estiver nessa cidade que chamam de caos, as minhas estrelas serão outras.
Ou talvez, só por agora, SER estrela e iluminar, seja melhor do que VER estrelas ao longe.
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