Lembrei que sou turista

Na verdade nunca esqueci.

É algo meu, tipo a cor do meu cabelo, não tem como esquecer. Tá ali, todos os dias quando o olho bate no reflexo do espelho.

Dia desses participei de um podcast de um grande amigo e o tema era sobre 'pessoas que saem da sua cidade e mostram que Em-Todo-Canto-Pod'.

Num certo trecho, ele comentou que o que sempre achou massa no meu lifestyle, era a forma que vivo as cidades, explorando e compartilhando sempre o melhor lado do lugar.

E na minha cabeça, isso sempre foi natural. Cabeça de turista é assim. 

Não faria sentido eu morar em Fortaleza e não descer para a Beira Mar para tomar um banho de mar, passear no calçadão, beber um coco gelado, comer uma tapioca com coco ralado, assistir ao pôr-do-sol e terminar o dia comendo 1kg de camarão no Mercado dos Peixes.

Da mesma forma que não faz sentido morar em São Paulo e aos domingos não passear pela Paulista, assistindo as várias expressões artísticas que compartilham ali.

Na minha cabeça, isso sempre foi natural.

Afinal, qual é a primeira coisa que um turista faz quando chega num lugar? Observa.

Fica atento aos detalhes, em como as pessoas se comportam, falam, andam, comem, bebem, ouvem de música. Como se cumprimentam, como agradecem, como pedem desculpas.

Quando viajei pra fora, as primeiras palavras que fazia questão de aprender eram: licença, por favor e desculpa.

Acredito que partindo desses 3 pontos, você começa a fingir costume.

E desde pequena, sempre fingi costume em lugares que não eram meus. Em lugares passageiros.

Não, minto. Passageira sou eu. 

Essa é a forma que eu aprendi a ser feliz. Onde vou parar?

Quem souber morre.


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