quem é que paga essa conta?

 


Esses dias na terapia falávamos sobre o quanto, em alguns relacionamentos, o peso das coisas se distorcem do real.

Quando os valores não são parecidos com aqueles que aprendemos na infância, onde o que se é doado, é simplesmente por amor.

Há pessoas que literalmente tentam comprar pessoas. E muitas vezes elas conseguem. 

Um frase ali, um gesto aqui. E assim vai se ganhando espaço na vida do outro.

Mas isso não tem o menor problema, afinal relações é sobre se doar. E cada um dá o que tem.

Por muito tempo eu só tinha eu para doar. Mas eu não sabia o preço que isso me iria causar.

Hoje continuo tendo só a mim. Mas hoje entendo o que isso me custa. 

Porque um dia já me custou muito. E caro.

Mas não estou escrevendo aqui sobre dinheiro, caso pensem. Os custos são outros.

E a que custo vale a pena se doar? Muito. Mas ainda sim, sigo acreditando que vale o custo.

As vezes a gente passa por umas que ficamos sem acreditar. Prometemos pra nós que nunca mais se repetirá. E num espaço de alguns poucos anos, lá está você novamente, passando por umas que fica sem acreditar.

Novamente.

A que custo vale a pena se doar? 

Sabe quando se está numa mesa de bar e a alguém faz a conta, mas a conta tá errada? As pessoas zeram a calculadora. E começam a contar novamente.

Novamente. Até a conta fechar.

Bater, como a gente a fala aqui no Ceará. "Bateu, pode fechar".

E enquanto a conta não bater, ninguém sai do bar. Ninguém sai do lugar.

Só saem quando tudo fechar.

E quando a noite acaba e você chega em casa, 

quem é que paga essa conta?




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