Reflexões que, sem a menor intenção, se interligam e criam conexões entre si. Ou pelo menos na minha cabeça virginiana.
Lembra do filme “Lion: Uma Jornada Para Casa”? Sim, é um filme não tão novo, de 2016. Tem uma fala que nunca esqueci, quando o Saroo diz pros amigos que ele está perdido.
- I’m lost.
A ligação que temos com a nossa casa e com as nossas raízes, são nossas bases mais valiosas. São elas que fortificam e nos alimentam do nosso EU maior. Ou pelo menos deveriam ser.
Mais isso pode se tornar um tanto diferente quando você não teve uma base singular durante anos da sua vida.
Quando, ainda na infância, foi impactado por vários estímulos de causas e raizes diferentes.
Envolvendo cidades, sotaques, culturas, sabores, climas. E pessoas.
É estranho conhecer pessoas e já saber que é uma relação passageira, uma amizade com prazo de validade em vias físicas presenciais.
- Oi, meu nome é Bárbara, eu morava em Fortaleza, Manaus, Natal, Rio.
Talvez por isso quando o Saroo falou que estava perdido, tive a mesma sensação de estar também.
Por ainda não sentir onde é a minha verdadeira casa, apesar de estar MUITO apegada ao meu lar atual.
Recalculando…
Mais recente, aleatoriamente assisti um vídeo curioso no TikTok que dizia o motivo de pessoas que, mesmo tendo dates, não conseguem entrar em relacionamentos.
O homem falava que provavelmente essa pessoa teve uma sequência de decepções e que o seu cérebro tem medo de sentir novamente essa sensação de frustração e de gastar energia com essa dor, por isso quando ela conhece alguém, ao invés de se sentir abandonada, ela abandona primeiro.
Recalculando novamente…
Ontem, maratonando Ted Lasso, Rebecca, a diretora que acabou de sair de um relacionamento abusivo e exaustivo de anos, se força a entrar numa nova relação e, durante um simples café, ela entende que “É preciso ter coragem para deixar alguém maravilhoso te amar, sem medo de se machucar ou de se sentir segura”.
Rebecca termina com o cara que estava se forçando a gostar.
A nossa mente é esse labirinto de interrogações, de várias questões, desde construções da nossa infância a fatos mais recentes sobre o que estamos buscando para si.
A gente passa por umas coisas e entende que talvez a nossa verdadeira casa não exista. Que o nosso verdadeiro lar deve ser mesmo o que chamam de dentro de nós mesmos.
E que entrar em relacionamentos simplesmente por entrar, para não se sentir sozinho, sem nem ao menos gostar de tremer as bases pelo outro, não faz o menor sentido.
Quem tem o desejo de abraçar e se jogar no mundo sofre disso.
De pensar demais e sentir infinito.
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