As cidades, as pessoas, os sotaques e costumes, a música, a comida, o clima doido que muda sem nos preparar.
Cada canto e espaço que a gente pisa ou chega perto, nos preenche de alguma forma. Seja pela soma de sua grandeza ou pela falta de sua necessidade.
Mas quem se preenche de falta?
Todos nós.
E longe de mim querer nos culpar. Somos formados assim, pelas quebras em nossos supostos espaços. As falhas, aqueles espaços vazios, o remendo interno que nos preenche de incertezas até o dia em que de fato sarar.
Faz parte da nossa construção.
Nos forçamos a criar novos caminhos, a nos alegrar com o que dá. Uma pulsão que queima e nos faz prosseguir por desconhecidos rumos. Mas a gente vai, com a ajuda de um mapa ou de um bom conselho, a gente chega lá.
No "lá" onde se queria ou naquele que é o jeito aceitar.
Queria mesmo era entender como é essa continuidade da vida. A vida sem a quebra. Se é que é dá.
Pra construir é preciso se quebrar. Cair, se juntar e ter a plena consciência que, mesmo com uma boa cola, não vai ficar do jeito que antes.
Seguimos assim, quebrados, porém resistentes.
Dando passos curtos e cuidadosos, zelando e rezando para que, na próxima queda, não percamos mais um pedaço.
Apesar de ser impossível.
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