É tudo muito rápido. O despertar do alarme nos acorda a mente e nos faz sair da inercia. Levantamos cedo, acordamos minutos, as vezes horas depois. Pausa para o café? Nem sempre tem. Corremos para a parada de ônibus, andamos para o carro. Descemos elevador, subimos escadas, descemos calçadas. O inconsciente nos comunica "Motorista, favor seguir para o mesmo destino". E seguimos, sozinhos, acompanhados, com estranhos sentados ao nosso lado, dividindo ventos que abraçam janelas e entrelaçam nossos cabelos. Sem perceber, nos ligamos no modo automático, movido por doces e amargas doses de café. E assim seguimos em frente. A vida tem passando lentamente diante da gente, mas estamos tão ligados no 220V que a impressão que dá é que ela tem passado mais rápido. A vida passa rápido demais para quem não tem tempo de admirá-la. É hora de desacelerar o compasso. É hora de parar e aguar as plantas na varanda do lar. É hora de fumar aquele cigarro sem pressa de lavar as mãos logo em seguida. É tempo de sentir o tempo. Sentir o calor, a chuva, sentir o aroma da vida, mesmo que seja em mãos sujas de café ou do batom que você borrou sem querer na taça de vinho. Deixa borrar. Tudo no seu tempo. Tudo no teu sentir do tempo.
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