Textura do aroma

Hoje uma amiga me lembrou de um dos álbuns mais lindos e marcantes na minha vida, o "Come Around Sundown" do Kings Of Leon. É o tipo de álbum que tenho que ouvir pelo menos uma vez por mês. As músicas, as letras, melodias, solos e todos os pequenos detalhes desse álbum me remetem a um passado muito gostoso. É nostalgia boa. Nostalgia tão forte que me remete até a cheiros. Pra mim o "Come Around Sundown" tem um cheiro, um cheiro que eu nem sinto mais, mas que ainda consigo lembrar a textura do aroma. Penso que toda música tem um cheiro, todo estilo musical tem, tenho certeza. Mas poucos álbuns ou artistas me remetem a isso de uma maneira tão forte, tipo o Pink Floyd, é impossível ouvir qualquer álbum desses caras sem sentir um aroma de peculiaridade, aroma de coisa fina, aroma de música feita com o corpo. A música me remete a um turbilhão de sensações distintas. As vezes, muitas vezes, o sons para mim tem até cor. Cores quentes ou frias, cores que as vezes só existem na minha cabeça, pois se misturam umas com as outras formando texturas de som impresso. As vezes me pergunto do porque dessa relação tão forte com a música e tento me convencer de que é "porque cresci tendo muita influencia dos meus pais", mas qual criança não teve influencia musical de pai, mãe, papagaio ou periquito? Mas talvez seja isso, talvez faça sentido, afinal toda vida que ouço Raul Seixas sinto cheiro de estrada e terra seca, fruto das várias viagens de carro feitas na infância. Não sei, só sei que é uma delicia todo esse sentimento, toda essa intensidade, todo esse prazer em ouvir. Essa mistura de sensações eu nunca conseguirei explicar, não sem parecer uma louca. No mais, nada não, só queria viajar um pouco sobre isso mesmo.

(Leia ouvindo https://www.youtube.com/watch?v=VtRNxl236No )

Comentários