Estamos rodeados por prédios, residenciais ou empresariais, estão sempre por toda parte. Por vezes enfeitam a paisagem, por outras poluem o que seria belo de ver, como um pôr do sol por exemplo. Eu sempre morei em casas e na vez que morei em apartamento o andar do meu lar era térreo. Talvez por isso tenho tanto apreço por apartamentos altos e de preferência com uma varandinha aconchegante com uma vista bonita da cidade ou do mar. Mas sabe o que percebi? As pessoas não ficam mais nas varandas ou sacadas de seus apartamentos, independente do andar, seja o primeiro ou décimo quinto, sozinhas ou reunidas entre família ou amigos, não vejo mais pessoas por la. Vejo as luzes ligadas, luzes da sala, dos quartos e até mesmo das varandas, mas não há ninguém encostado, sentado ou deitado numa rede para simplesmente ver o tempo passar. E quando aparecem passam poucos minutos, talvez só para olhar se vai chover ou ver se o transito está bom ou ruim. Parece que as pessoas se conformaram com a tv e seus dispositivos móveis, parece que se esqueceram de parar por um tempo - por um bom tempo - e ficar observando o mundo real. O céu, as nuvens, as árvores se balançando com o vento, o senhorzinho caminhado até a padaria, a menina que andava sorridente e sem perceber deixou o livro cair. Coisas do mundo real, situações cotidianas cheias de vida. Todo dia eu tento exercitar algo do tipo, nem que seja sentir o vento no rosto quando estou na parada esperando o ônibus para a faculdade. A gente precisa de mais disso, a gente precisa de mais vida na nossa vida. Por vezes nos esquecemos dar uma bela risada com os nossos amigos, guardando estupidamente essa risada para o primeiro video engraçado que compartilham no facebook. Mas sabe do mais incrível? A gente pode agora, nesse exato momento, parar e sentir o mundo. Já fez isso hoje?
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