"Quanto tempo isso vai demorar?", ele perguntou. "Não sei, não se preocupe", respondi. E continuamos a andar descalços naquela praia cinza e vazia. Era final de tarde e o vento começava a gelar a espinha. Naquela tarde não sabíamos, mas estávamos perto de nos desgrudar. Na verdade eu já sabia, ele só temia. Naquele dia acordamos juntos, tomamos café juntos, saímos, fomos na exposição nova do Vitor, almoçamos no nosso restaurante preferido, depois comemos o melhor sorvete de creme com calda de chocolate, visitamos sua mãe e depois fomos para a praia, a principio para ver o pôr do sol. Ele segurava a minha mão com força, não desgrudando de mim por um segundo, acho que já pressentia o que estava por vir. Eu estava um pouco confusa, mas sabia que aquilo seria o melhor para nós. Não, minto, seria o melhor só para mim, para ele não. Sentamos em umas pedras na beira da praia, o vento continuava a esfriar. Ele envolve seus braços ao meu redor, na tentativa de me passar um pouco de calor. Fico calada por um bom tempo. Ele inclina seu rosto próximo ao meu e pergunta "Você tem certeza disso?", fico sem reação mas sabia que tinha que ser forte. "Acho que sim", respondo olhando para o mar que se quebrava em ondas perto dos nossos pés. Ficamos ambos calados, apenas olhando o restinho de luz laranja que ainda havia no céu. Nos levantamos e refazemos de volta todo o caminho que fizemos quando chegamos, só que dessa vez com as mãos separadas. Ao chegar no carro digo para ele ter cuidado. Digo que ele foi o melhor, mas que sou incompleta demais para lidar com toda a parte boa que ele me dava. Ele me olha fixo nos olhos e diz "Espero que não se arrependa". Aquilo doeu até na minha alma, mas depois minha alma me agradeceu por ter se livrado dos quatrocentos quilos que ela carregava há 3 anos.
"Quanto tempo isso vai demorar?", ele perguntou. "Não sei, não se preocupe", respondi. E continuamos a andar descalços naquela praia cinza e vazia. Era final de tarde e o vento começava a gelar a espinha. Naquela tarde não sabíamos, mas estávamos perto de nos desgrudar. Na verdade eu já sabia, ele só temia. Naquele dia acordamos juntos, tomamos café juntos, saímos, fomos na exposição nova do Vitor, almoçamos no nosso restaurante preferido, depois comemos o melhor sorvete de creme com calda de chocolate, visitamos sua mãe e depois fomos para a praia, a principio para ver o pôr do sol. Ele segurava a minha mão com força, não desgrudando de mim por um segundo, acho que já pressentia o que estava por vir. Eu estava um pouco confusa, mas sabia que aquilo seria o melhor para nós. Não, minto, seria o melhor só para mim, para ele não. Sentamos em umas pedras na beira da praia, o vento continuava a esfriar. Ele envolve seus braços ao meu redor, na tentativa de me passar um pouco de calor. Fico calada por um bom tempo. Ele inclina seu rosto próximo ao meu e pergunta "Você tem certeza disso?", fico sem reação mas sabia que tinha que ser forte. "Acho que sim", respondo olhando para o mar que se quebrava em ondas perto dos nossos pés. Ficamos ambos calados, apenas olhando o restinho de luz laranja que ainda havia no céu. Nos levantamos e refazemos de volta todo o caminho que fizemos quando chegamos, só que dessa vez com as mãos separadas. Ao chegar no carro digo para ele ter cuidado. Digo que ele foi o melhor, mas que sou incompleta demais para lidar com toda a parte boa que ele me dava. Ele me olha fixo nos olhos e diz "Espero que não se arrependa". Aquilo doeu até na minha alma, mas depois minha alma me agradeceu por ter se livrado dos quatrocentos quilos que ela carregava há 3 anos.
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