Que nem eu

A vida é clichê. Uma caixinha de surpresas clichês e sempre encontramos meios e maneiras de se superar diante de tudo. Na queda ou no topo, sempre estamos nos reinventando. Nos conhecendo diariamente e diversas vezes durante o dia de formas diferentes. Admiro que tem auto-controle, quem é firme e não se deixa abater por quase nada. Mas espera, existe mesmo alguém assim? No fundo ninguém nos conhece de verdade, no fundo ninguém se conhece de verdade. O que você faz, escreve, canta, dança ou registra por aí, não diz nem metade do que você realmente é. Aliás, diz respeito apenas a sua parte exterior e o que você pensa fica submerso apenas na sua mente. Somos tantos e tantas em um único corpo. Não acredito numa constância de personalidade, pois para mim tudo o que constante demais é igual a zero, é nulo e morto, como em um cardiograma, a linha contínua significa a não vida, o pulso para e a linha se torna contínua. A vida é feita de mudanças, eu que o diga. Quantas vezes me reinventei? Quantas vezes deixei hábitos, costumes, gírias... e adquiri outros novos? Quantas vezes quis gostar do desconhecido, dos novos hábitos, do novo clima, das novas pessoas, das novas músicas, dos novos lugares...? Para apenas para estar ali, em algum canto, com algumas pessoas, fingindo que faço parte de algo, porque as vezes fazer parte do meu mundo é pequeno demais para mim. É, a vida é clichê. A vida é composta por frases prontas, por conselhos prontos, por sorrisos prontos, tudo pronto feito por pessoas incompletas. Pessoas que não sabem nada sobre o mundo e fingem que sabem tudo sobre a vida. Que nem eu.

Comentários