Esperança

Eu sei querido, você já tentou várias vezes me encontrar. Certas vezes teve sorte, outras não. Uma vez te contei aquela historia, lembra como terminou? Preferi ir para bem longe, onde ninguém podia me ver, muito menos me ouvir. Sabes o que te atrai, são esses temas incompreensiveis, pensamentos que não entendemos, mas ousamos querer interpretar. Não sou tão boa quanto pareço, depende da noite e da bebida que estiver em minhas mãos. De preferência que apenas a bebida esteja gelada, de pessoas frias já basta as conhecidas. Sei que soube de coisas e não me olhe com essa cara. Não sou santa, mas em certas historias passo longe de ser a vilã. Te procurei, mas já sabia que não iria te encontrar. Nós nunca duramos muito tempo juntos, apesar de que as vezes estamos tão bem. Dormimos juntos e no outro dia acordamos sorrindo um para o outro. Não costumo ter certeza das coisas, mas tenho sorte em acertar. Estas noites tem demorado a passar. Insônia e... ah, deixa pra lá. Tenho outra coisa a te contar, mas isso é em particular. Acho que a minha miopia aumentou, mas nada que me impeça de ver o que quero. Minha garganta está cansada disso tudo, meus ouvidos também não aguentam mais ouvir seu nome. Mas você insiste em estar aí, me perseguindo todos os dias. Mesmo que não acredite em mim, mesmo que não me veja, muito menos que me ouça. Eu te sinto, sempre. Desde que as sensações ocuparam o meu corpo, você se faz aqui. Agora tchau. Amanha acordo tarde, devo te procurar. Se eu demorar não precisa me procurar, até porque você sempre fez isso com muita facilidade. Mas não me espere, ou espere... Falar disso com você é tão confuso, aliás ninguém pede para a esperança não te esperar.

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