Segundo, me ame.

Primeiro, me deseje. Segundo, me ame. Desejo que me tenhas, se não for assim, nem me tentes. Sabes que assim a satisfação não viria pro completo, nem por metade... Por mais que deixar um gosto de quero mais fosse uma boa idéia. Safada, até. Paixão, é ela. A maldita. Antes fosse a cachaça, que eu beberia, ficaria levemente embriagada e no dia seguinte ela iria embora. Mas não, é desejo mais cruel, dura mais tempo e me deixa diariamente num estado de não sobriedade. Passar o dia com pensamentos altos é não ter os pés no chão, e tu me oferece isso. Que bom que não posso te encontrar em toda esquina. Que merda te encontrar sempre dentro de mim. Na minha cabeça, nos meus desejos, nos meus impulsos, nas minhas latências. Um dia vou acordar e isso tudo vai passar. Ou irei acordar e você estará deitado do meu lado. Rindo do que aconteceu, e do que aconteceria. As ruas estão se encurtando, ficando sem saídas, e já não sei para onde ir. Se tu não me guiar, vou me perder. Me perder nos meus pensamentos, todos envolvendo você. Poderei ficar louca, desequilibrada, mas ainda terei teus olhos em minha mente. Que paixão cruel, ela poderia as vezes sorrir um pouco para mim. As vezes até sorri, de forma indireta, mas eu cansei de querer tudo e não ter nem a metade de você. Cansei. E cansei de querer me cansar de você. Está uma desordem isso tudo aqui, e não sei se sozinha dou conta de arrumar. Paixão, desejo... quase esqueço do amor. Mas pode ficar despreocupado, ele está aqui. Se faz presente quando pego meu violão e canto uma música. "Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor...", e se fazem as notas desta canção.

Comentários