Beleza passageira


As pessoas quando ainda desconhecidas pelo outro, possuem seu mistério. Como disse Maira Dias Gomes "Todos meus ídolos viraram completos idiotas, após eu conhece-los". O desconhecido fascina, justamente por ser o que é. O que já temos conhecimento se torna intacto, imóvel e imutável se não houver modificações. Muitas foram e são as vezes que tal assunto ou pessoa perdeu aquela "alma" gloriosa, após eu ter tido conhecimento. Nisso empanco numa grande dúvida: quer dizer que se mostrarmos o que somos de verdade, iremos perder a graça? Se sim, deveríamos então não nos mostrarmos com verdade, conscientemente sendo falsos para não perder o brilho? Faz sentido, mas não concordo. Para ser mais sincera, ainda estou decidindo se concordo ou não. Clichê falar que todo ser humano é insatisfeito, culpa do nosso queremismo, queremos sempre algo novo e diferente. Esse é o andarilho, o que nos impulsiona a andar para frente. Hoje queremos algo, amanhã queremos outra coisa, de preferência algo que não temos tanto conhecimento. Tornaria isso as pessoas descartáveis? Não conheço e quero, conheço e não quero mais? Sei lá. Eu e meus sei lá's. É porque não concordo, mas é uma verdade. Quanto mais conhecemos algo, menos mistérios aquilo tem a nos oferecer, e isso desagua no ''enjoar''. Acho que foi por isso que inventaram que nós deveríamos valorizar tudo o que temos, pois só a valorização matem laços. Existem amizades, relacionamentos que não possuem mais aquela velha graça que tinha no começo, mas a valorização e o sentimentalismo de um com o outro matem aquilo. E isso não é ser falso, muito pelo contrário. É ser verdadeiro com você, e com aquilo que conquistou ao seu lado (a amizade, relacionamento). Enfim, o lance é estar com as pessoas certas, e se não há reciprocidade da valorização é porque estas pessoas ao seu lado não são certas. Pois os seus mistérios podem até se apagar um pouco, mas o seu valor jamais se apagará.

Comentários

Tem um poema de um amigo meu que é assim:

"Tenho. Logo desisto."

Acho que é mais ou menos assim, não?


Bjos.
Iago M. disse…
Cê já viu aquela propaganda do futura, que passa na globo (eu acho) que a moral dela é 'o mundo não é movido pelas respostas, e sim pelas perguntas'? Acho que é mais ou menos assim. Ao conhecer alguém, temos que ter em mente que nunca, em tempo algum, iremos conhecer esse alguém por completo. Então, dado o fato principal, os mistérios nunca irão se acabar, então nunca iremos nos cansar daquela pessoa.
O desconhecido nos fascina, sempre nos fascinou e continuará assim até o fim dos tempos. As pessoas, por outro lado, acham que quando encontram algo (nesse caso, quando conhecem algo em alguém) creêm já ter visto tudo, não sabem cavar mais fundo. E assim descartam, pois todos querem se distrair, desse modo sempre procuram por coisas que os distraiam. Só que eles não sabem procurar direito. É como um garimpeiro, que cava e cava, e desiste a um centímetro de chegar no ouro. Relacionamentos humanos são interessantes, não são como antes, e nunca serão como devem ser. Mesmo assim nos relacionamos. Tratamos as pessoas com alma como objetos, que quando temos, descartamos. Isso é um fato triste, muito triste.

Eu e meus comentários gigantes, RERERE. Achei você através dos RT's no twitter e tal. Fez um bom show, ontem, a sua banda. E teus textos são muito bons, meio que inspiradores, meio que reflexivos.

Bom, farewell.