Lembranças gramaticais


A própria gramática fez o favor de classificar os tempos em: passado, presente e futuro, então que cada um tenha seu começo e fim mais que perfeitos, definitivamente. Viver no presente com as angustias de um passado, torna-se um pretérito mais que imperfeito e tá pra nascer quem goste de imperfeição. Arrastar o passado para o presente é uma tolice completa. Que presente se tem com isso? Com o passado grudado no presente, tornasse impossível pensar em futuro. É como cair em um buraco, no qual você só possui duas opções: cavar mais ou tentar sair. Não, não estou dizendo que é fácil. Não é tão simples e nem tão fácil como essas palavras que digo. Para sair é preciso muita força de vontade, e talvez de uma mão para te puxar. No começo é de praste cavar mais, pois a esperança, nem em forma de inseto, torna-se concreta aos seus olhos. Lembro-me com uma não saudade dos tempos em que eu sentia saudade de tudo. Terríveis foram os dias em que eu não me via no meu real presente, nos dias em que eu respirava um passado e vivia as lamentações das coisas que poderiam ter sido diferentes. Eu sai do buraco. Tornei meu passado mais do que perfeito. Hoje meu presente é muito bem aproveitado e do passado só carrego as lembranças queridas. As lamentações? Nunca mais. [Esse texto é de Dezembro de 2008, só agora o reencontrei.]

Comentários

du Cont disse…
Agora é tomar cuidado com a nova ortografia ;)
Renam Timbó. disse…
text ótimo. medo da nova ortografia!