nada tem a perder


Quatro e meia da tarde e ele aguarda ansiosamente em frente ao local. Não demora muito e conhecidos chegam para junto compartilhar o certo nervosismo. Sobre a cidade um clima de inverno, e uma paisagem ofuscada pela névoa. Todos comprimentam-se com brincadeiras, como se a intimidade fosse de anos. Ele é sempre na dele, mas sabe como se enturmar. Possuidor de pensamentos libertários, suas vestimentas não fogem da sua ideologia. Era domingo, fazia frio e ele queria se divertir. Beber sua cerveja, fumar seu cigarro enquanto ouvia seu som. Sua turma se fazia presente no local, ele estava enturmado. Isso no local soava estranho, pois estavam todos no mesmo barco. "É rock, é música, foda-se!" ele mesmo dizia. Entram e curtem o som. Bebem, mantendo a linha de raciocínio do assunto que os importam. As bandas, essas totalmente anarquistas, cumprem com seu devido dever. O show nem chega ao fim, mas aquele lugar os encomoda, principalmente a Matheus, o ansioso. Saem e vão em direção à praia, nada mais do que alguns passos. Compram mais bebida e ficam por lá até umas horas. Matheus, o mais sóbrio de todos, procura seu isqueiro, não acha. Vai ao bar mais próximo e compra um com cor de mostarda. Volta para a praia e não espera o dia amanhecer, o frio é constante e seu sono o encomoda. Nem a bebida o faz querer ficar. Ele sabe que no próximo será tudo igual mesmo, nada ele tem a perder, só o isqueiro cor mostarda.

Comentários

Renam Timbó. disse…
ô povo pra beber! :P adorei a cor do isqueiro. HAHA